quarta-feira, 22 de outubro de 2014

RISCO DA GORDURA ABNOMINAL

A maioria dos pacientes, e até mesmo alguns médicos, não sabe que o aumento da medida da circunferência da cintura é um importante fator de risco para doenças cardíacas, que mata 17 milhões de pessoas todos os anos no mundo. No Brasil, quem fuma tem 4,3 vezes mais chances de um infarto no miocárdio comparado aqueles que se mantêm longe do tabagismo. Um homem com circunferência abdominal maior ou igual a 94 cm possui 3,25 vezes mais risco do que aqueles abaixo dessa medida. Estudos indicam que uma perda de 10% no peso pode proporcionar redução de até 30% na gordura abdominal.
Segundo Dr. Ricardo Pavanello, supervisor de Cardiologia do Hospital do Coração (SP), uma cintura de mais 80 cm para as mulheres e mais de 94 cm para os homens representa um risco maior de doenças cardiovasculares. O sobrepeso e a obesidade são calculados pelo índice de massa corporal (IMC), obtido pela divisão do peso em quilos pela altura em metros ao quadrado. Um IMC acima de 25 representa sobrepeso e acima de 30, obesidade. Mas a circunferência da cintura tem se mostrado um indicador mais preciso, porque também está ligada a outros fatores de risco como o colesterol alto, a diabete tipo II e a hipertensão.
Uma pesquisa realizada pela Shape of the Nations (com o apoio da Federação Mundial de Cardiologia) com cerca de 16 mil pessoas de 27 países, inclusive o Brasil, em julho de 2007, avaliou o grau de conhecimento de médicos e pacientes sobre a relação entre obesidade abdominal e problemas cardiovasculares. O resultado: 66% das pessoas acreditam ter medidas saudáveis; 16% levam em consideração o tamanho das roupas; 10% chegam a essa conclusão olhando-se no espelho; 6% recorrem aos cálculos do índice de massa corpórea (IMC) e apenas 1% mede a circunferência da cintura.
“Para se ter idéia, a medida da circunferência abdominal, feita com uma simples fita métrica, é considerada hoje pelos especialistas uma indicação mais precisa do que o índice de massa corpórea”, explica Dr. Pavanello. “Trata-se de uma ferramenta efetiva para identificar indivíduos sob risco cardiovascular. E apesar dos avanços terapêuticos, a doença coronariana vascular permanece como a principal causa de morte no planeta”.
Os distúrbios cardíacos ou o acidente vascular cerebral (AVC) são responsáveis a cada ano por 17 milhões de mortes, ou seja, um terço dos óbitos no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a previsão até 2010 é de que a doença cardíaca será a principal causa de óbito nos países desenvolvidos. Um outro fator que contribui para a epidemia da DCV é a prevalência de diabetes - que até o ano de 2025, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes deve aumentar cerca de 72%.
O conjunto de fatores de risco que associados elevam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes, além de aumentar a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes é chamado de Síndrome Metabólica (SM). Nos Estados Unidos estima-se que 24% da população adulta seja portadora de SM e que aproximadamente 50 a 60% dos americanos com mais de cinqüenta anos também façam parte dessa preocupante população de alto risco cardiovascular. “Alguns fatores contribuem para o aparecimento da SM: os genéticos, o excesso de peso (especialmente na região abdominal) e a vida sedentária”, finaliza Dr. Pavanello.

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