quarta-feira, 13 de agosto de 2014

ISRAEL, PALESTINA E A PAZ (PASTOR SAMUEL BIASSI DO NASCIMENTO)

ISRAEL, PALESTINA E A PAZ.

Muitos questionam a ação de Israel na Faixa de Gaza e acusam a ação em nome dos milhares de mortos. No entanto, precisamos analisar esse assunto sob diversos aspectos, pois ele é complexo e não é como falar de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) num bairro perigoso. Há aspectos históricos, políticos e religiosos profundos. Algumas perguntas importantes podem esclarecer a questão ou pelo menos iluminar alguns aspectos.
Quem são os judeus e palestinos? Os judeus são descendentes dos hebreus, um antigo povo semita e que passou a dominar a região no século XV a.C. Os hebreus estavam divididos por tribos e se governavam a partir de Juízes, formando um tipo de confederação tribal. Mas no final do século XI a.C. os hebreus, pressionados pelos filisteus mudaram seu sistema político e passaram a ser regidos por uma Monarquia. O primeiro rei foi Saul da tribo de Benjamim, mas o ápice da monarquia foi alcançada pelo rei Davi de Judá (1004-971 a.C.) e por seu filho Salomão (971-931 a.C.). Nesse período Israel alcançou seu poder máximo na região, a cidade de Jerusalém foi conquistada dos Jebuseus e o Templo de Jerusalém foi construído. Após a morte de Salomão o reino foi dividido: Norte ou Israel (931-722 a.C.), do qual derivam os samaritanos; Sul ou Judá (931-587 a.C.), de onde derivam os judeus atuais. Após o exílio babilônico (587-539 a.C.) os judeus viveram sob o domínio dos persas (539-333 a.C.), dos gregos (333-323 a.C.), dos ptolomeus que governavam o Egito (323-194 a.C.) e dos selêucidas que governavam a Síria (194-142 a.C.). Após uma breve independência (142-64 a.C.) os judeus ficaram novamente sob o domínio de outro reino, no caso Roma (64 a.C.-70 d.C.).
Os judeus participaram de três guerras contra Roma. Na primeira (66-70 d.C.) a cidade de Jerusalém foi destruída e o Templo foi destruído. Na segunda (115-117 d.C.) judeus foram reprimidos em diversas cidades do Egito, da Cirenaica (Líbia) e em Chipre. Na terceira (132-135 d.C.) uma revolta explodiu na Judeia e após isso o imperador Adriano reconstruiu Jerusalém com o nome de Aélia Capitolina, os judeus ficaram proibidos de entrar na cidade sob pena de morte e a província foi mudada de nome: de Judeia para Syria Palaestina. Foi a partir dessa época que essa região ficou conhecida como Palestina (terra dos filisteus).
Os palestinos são integrantes de um grupamento populacional que possui semelhança genética aos judeus, turcos (Anatólia), libaneses, egípcios, armênios e iranianos. Os estudos arqueológicos e genéticos comprovam que tanto judeus como palestinos derivam dos antigos habitantes de Canaã e que com o passar dos séculos houve uma miscigenação dessas populações (The origin of Palestinians and their genetic relatedness with other Mediterranean populations; Arnaiz-Villena A., Elaiwa N., Silvera C, Rostom A., Moscoso J., Gómez-Casado E., Allende L., Varela P., Martínez-Laso J.; Universidade Complutense de Madrid).
Sabemos que entre 135 a 638 d.C. essa região foi dominada pelos romanos e depois pelos bizantinos. Ou seja, as comunidades judaicas continuaram existindo, mas em sua maioria era formada por cristãos. Com o surgimento do movimento islâmico e a conquista árabe os grupamentos palestinos permaneceram cristãos e judeus em sua maioria até por volta de 935 d.C. quando governantes egípcios começaram a perseguir o povo do Livro. Com o passar do tempo os palestinos foram “islamizados” em sua maioria e o árabe tornou-se a língua oficial.
Por que eles brigam por essa faixa de terra? Além da questão histórica entre grupos irmãos, podemos ver uma questão política. Já na década de 1880 os palestinos e judeus começaram a se indispor por causa das constantes ondas migratórias de judeus à Palestina. Os judeus foram se estabelecendo nas terras e formando comunidades agrícolas, comprando o lugar de otomanos ou de árabes. Em 1900 a população da Palestina era de 600 mil habitantes, dos quais 94% eram árabes. Enquanto muitos árabes estavam dispostos a vender suas terras aos judeus que chegavam, outros não aceitavam essa “invasão” na terra que consideravam sua. Em 1919 a Palestina tinha um milhão de pessoas, dos quais cem mil eram judeus. Com o final da Segunda Guerra e a revelação do genocídio judeu promovido pelo nazismo, a ONU promulgou a Resolução 181 em que fazia a partilha da Palestina: 53% para 700 mil judeus e 47% da terra para 1 milhão e 400 mil árabes. O problema é que os árabes nunca aceitaram nem a partilha nem a conversação para buscar um equilíbrio. E por quê? Por causa das questões religiosas, pois a maioria dos árabes-palestinos é muçulmana de linha sunita.
E o que a Bíblia diz sobre isso? A Bíblia diz que a terra pertence a Israel por mandato de Deus a Abraão (cf. Gênesis 17:8). Mas a Bíblia também afirma que os árabes são descendência de Abraão por meio de Ismael e que haveria conflito entre eles para sempre (cf. Gênesis 16:7-12). A solução imediata e humana é o desarmamento do Hamas e a aceitação do Estado Judeu; por outro lado Israel precisa aceitar a criação do Estado Palestino e devolver as terras ocupadas, com garantia que as colônias judaicas sejam respeitadas em solo palestino.
Mas a solução única e verdadeira só pode ser dada por meio de Jesus Cristo. Quando um judeu e um palestino servem a Jesus e o reconhecem como Messias, cumpre-se aquilo que disse Paulo: “Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, viestes para perto pelo sangue de Cristo, pois ele é a nossa paz. De ambos os povos fez um só e, derrubando a parede de separação, em seu corpo desfez a inimizade [...] e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela destruído a inimizade” (Efésios 2:13,14,16). E temos que orar e promover isso: a reconciliação entre os irmãos por meio Daquele que é a paz verdadeira. Oremos por isso!

Tenha uma boa semana em Cristo. Fraternalmente
 — com Samuel Biassi Do Nascimento e 

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