quarta-feira, 13 de novembro de 2013

REFLEXÕES PASTOR NIVALDO NASSIFF PARTE 2


Aí, a FANTASIA DE MIM MESMO nasce! Ela começa a ser tecida e costurada quando, ainda crianças, pensamos, acreditamos, ou de fato deixamos de ser amados, somos rejeitados ou abandonados. Nascia uma doença chamada de co-dependência, que nada mais era do que a perda da nossa identidade. Esta FANTASIA, posso chamar de: CLONE “MELHORADO” de mim mesmo, que nada mais é do que um FALSO EU, que anula e disfarça os sentimentos, tornando impossível a honestidade emocional. Este clone gera em mim uma compulsão (um vício) por apresentar uma imagem de perfeição diante do público. O clone é uma montanha russa de júbilo (em público) e depressão (em solicitude . E acabamos por nos tornar exatamente naquilo que veemente condenávamos nos outros: "farisaísmo"! Nos tornamos pessoas de casca lisa e envernizada que esconde um ser machucado, ferido, tonto, desorientado e muitas vezes sem fé nenhuma. Nada mais do que “fariseus contemporâneos”. E por que? Por que viver assim? Porque passamos a acreditar em nossas mentiras fantasiosas e decidimos por um comportamento correto, como forma e estratégia de alcançar as quarto maiores necessidades de um ser-humano. Porque não podemos (ninguém pode) viver sem:
1. um sentimento de pertencimento;
2. sentir-se amado;
3. sentir-se aceito;
4. receber atenção.
Sentirmo-nos pertencentes, amados, aceitos e alvo das atenções daqueles a quem amamos, ou diante daqueles que nos são estrategicamente importantes, naquele momento de nossa existência, torna-se o principal objetivo de nossas vidas. O grande perigo, a partir desta hora, é que o clone passa a negociar princípios e valores inegociáveis com o objetivo de SENTIR-SE bem em público ou MOSTRAR-SE bem em público. E, por causa disto, começamos a viver e nos parecer com a versão melhorada – ou pelo menos acreditamos ser uma versão melhorada, quase perfeita de nós mesmos. Então começamos a nos comportar de maneira que possamos alcançar a satisfação dessas quatro necessidades primárias. Passamos a fazer o que é correto não porque é correto. Passamos a fazer o que é correto não por gratidão a Deus ou às pessoas. Passamos a fazer o que é correto não por amar incondicionalmente os outros ou a Deus. No dia a dia, o clone de mim mesmo, se envolve em experiências externas para dispor de uma fonte de significação pessoal: busca por dinheiro, glamour, status, proezas sexuais e reconhecimento, pois tal reconhecimento potencializa a autovalorização e cria a ilusão de sucesso. Para o clone de nós mesmos, o que mais vale e importa é parecer, antes mesmo de ser. As nossas motivações estão baseadas no fato (acreditamos nesta mentira sobre nós mesmos) de que não prestamos para nada, somos falhos, fracos, debilitados, menos válidos, incapazes, feios, defeituosos e não queremos que os outras saibam ou conheçam essa “verdade”. Então, se não fizermos o que aquelas pessoas querem que façamos, o que eles esperam que façamos, nós não seremos aceitos no grupo deles, nem amados por eles e, nem ao menos receberemos a atenção deles. Isto torna-se numa horrenda tragédia diária da existência. Viver se torna difícil, hipócrita, falso e extremamente extenuante. É vestir-se o tempo todo de algo que não se é. Então, todas as manhãs, enquanto escovamos os dentes, nos vestimos da “versão” impostora que construímos nos porões escuros e secretos de nossa mente. Isto se torna no nosso cotidiano ritual, que nos escravizou. Escondemos o mais que podemos o verdadeiro EU e vamos à mesa do café da manhã com a família (os primeiros a quem tentamos enganar - mas logo serão eles os primeiros a nos descobrirem). Tentamos sair de casa com a armadura do “Homem de Ferro” para irmos às ruas, agradar as outras pessoas, não porque as amamos ou porque tenhamos uma clara visão de nosso propósito de vida e existência, mas sim para recebermos a satisfação daquelas quatro necessidades primárias. O pior é que até quando vamos orar, em vez do verdadeiro EU se ajoelhar diante do Pai de Amor, enviamos a versão impostora de nós mesmos diante da presença do Senhor. Porque cremos que o Senhor não aceitaria o verdadeiro, cheio de dúvidas, desorientado, confuso, malicioso, manipulador, falso, julgador, avarento, permeado de tentações sexuais. E assim o clone de nós mesmos, maquiado com as virtudes do autocontrole, mansidão, benignidade e generosidade, vai à presença do Senhor. E lá, justifica sua presença com expressões: “no espiritual” e “no natural”. Enquanto isso, tentamos colocar o verdadeiro EU num esconderijo onde Deus não o possa ver. Pois se o Senhor nos ver, certamente seriam fulminados por aquele que é três vezes santo. Então o Senhor ri, uma rizada “malandra” (desculpe, talvez a palavra soe chula e baixa, mas é naquele sentido de maior esperteza) e Ele diz para o falso EU: "O cara, cai fora. Entenda:

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