sexta-feira, 15 de junho de 2012

Os efeitos nocivos das histórias de amor...


Mulheres são muito menos propensas a ser atraídas pela pornografia visual (embora isso tenha acontecido mais do que pode se imaginar), mas são completamente propensas a se envolverem com as ficções românticas.

As histórias românticas seguem um padrão típico: o herói quase nunca é um operário humilde; mas sim um homem competente, confiante e, geralmente, rico. Ele é, em suma, um “super macho”, é tipicamente um personagem bruto que aprende a ser domado pela gentileza da heroína. Assim, você encontra não apenas o forte e silencioso cowboy com um interior maleável, mas também ultimamente temos visto vampiros, lobisomens e vikings. E tudo isso se move em direção ao clímax do romance: o “Viveram-Felizes-Para-Sempre”.

“As histórias românticas raramente possuem uma continuação. Uma vez que o herói e a heroína estão ligados pelo amor ou pelo matrimônio, eles tiveram o seu Viveram-Felizes-Para-Sempre, presumivelmente com um pequeno grupo de crianças e um lar feliz. Outras aventuras adicionais violariam a fantasia feminina do amor verdadeiro, comprometido e eterno”.

“Ainda que hajam muitos romances modernos em série, uma vez que um casal alcança o seu Viveram-felizes-para-sempre em um livro, eles voltam a tona apenas como amados personagens coadjuvantes em futuros livros, em algum livro subsequente em que o foco estaria em um novo herói ou heroína.”

Esse é o protótipo do desejo feminino... a necessidade da mulher que procura um companheiro que possa ser simultaneamente monogâmico e protetor de sua descendência. Esse desejo evoluído é suprido por um homem forte que desabafa seus sentimentos de devoção, e seu comprometimento para o resto da vida é conquistado no exato momento em que se alcança o Viveram-felizes-para-sempre. Embora eu não compartilhe todas as pressuposições desses estudiosos, eu acho que eles estão no rumo certo sobre o fascínio pelas histórias de amor atualmente comercializadas.

Pornografia e histórias de amor não são (ou pelo menos não são sempre) moralmente equivalentes, mas eles “atuam” da mesma forma. Ambas são baseadas em uma ilusão. A pornografia é baseada na ilusão de um encontro perfeito, em que o parceiro está sempre excitado, sem o “trabalho e esforço” da intimidade no relacionamento. Frequentemente, as histórias ou filmes de amor, fazem a mesma coisa com as necessidades emocionais da mulher que a pornografia faz com as necessidades eróticas do homem.

Em ambos os casos, o que o “mercado” oferece é a identificação. Homens querem a ilusão de mulheres que parecem mulheres, mas são, em relação à resposta sexual, assim como homens. Mulheres querem a ilusão de homens que são homens “de verdade”, mas, nos termos do conceito romântico, são como mulheres. É o amor por si mesmo, não o “mistério” do outro, do oposto.
Ainda bem, nós ainda não temos um mercado para pornografia “cristã” (mas espere um pouco, alguém irá achar um jeito). Mas nós temos um mercado para romances “cristãos”. Alguns desses que são classificados como tais não são realmente “historias românticas”, são complicadas análises da condição humana, especialmente relacionamentos entre homens e mulheres, do ponto de vista cristão.

Muitos desses gêneros, entretanto, são simplesmente uma cristianização de um hábito que não pretende aumentar a intimidade, mas criar um escape para uma ilusão artificial disso. Reconheço portanto que não há sexualidade explícita aqui. O herói e a heroína não dormem juntos, eles oram juntos. Mas é justamente esse o ponto: quantas mulheres de meia idade de nossas congregações estão decepcionadas lendo esses romances para comparar os “fortes líderes espirituais” descritos nesses livros com os “trastes inúteis” sentados no sofá ao lado delas?

Isso não é para comparar moralmente “historias românticas” com o desespero de almas destruídas pela pornografia. Mas vale a pena perguntar:

ü      “O que estou consumindo está me levando à felicidade com o meu cônjuge (ou futuro cônjuge) ou para longe disso?

ü      Isso está me levando a buscar uma união de uma só carne ou uma personificação dos meus próprios desejos?

ü      É esse o “mistério” ou apenas uma miragem?


Baseado no artigo: “As histórias românticas podem machucar seu coração?” de Russell Moore


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